segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Aquele prato digno e quentinho

Hoje quero escrever sobre essa maravilhosa experiência de escolher uma refeição no cardápio de um restaurante para  o meu filho ... 
Já não foi a primeira vez, estou em atraso nos fatos, mas ontem, ainda ficamos (eu e meu esposo) contemplando aquela cena sulrreal, nosso menino comendo à mesa, arroz branco, maminha assada, feijão verde e batata frita. Nada veio dentro da bolsa, tudo veio quentinho da cozinha do estabelecimento. 

É bem verdade que veio a primeira maminha, e exatamente na hora que eu passava uma parte dela para o prato do meu pequeno, o garçom surgiu me impedindo, dizendo "desculpa, senhora,  houve um acidente, passaram manteiga aí", e tivemos então que esperar mais um pouco pelo novo pedido.

Para que compreendam a razão da emoção e a razão do "exagero", preciso explicar duas coisas...

O Exagero
Existe um miserável nessa história, chamado "traço", e a maioria das pessoas não dão nada por ele, na verdade, nem sabem que ele existe! Mas ele estará lá, toda vez que se alojar em um arranhão sutil de um recipiente plástico, ou em um poro de esponja que passeia de louça em louça, ou em uma molécula de respingo que voa de uma panela pra outra....enfim, é ele, o traço infeliz de leite, de ovo, ou de seja qual for o alimento. 

O traço não tem tamanho determinado, ele é uma espécie de ser abstrato (mas é concreto!) , pode ser grande, ser pequeno, diluir-se uniformemente ou permanecer num cantinho somente daquele prato de arroz inocente. O arroz que foi temperado apenas com alho, cebola e sal foi pra mesa com o digníssimo, o troço do traço. E esse, nosso filho não podia comer. 

Um menino que fez reação de anafilaxia com 6 meses de vida, e que com o sopro de um hálito cheio de leite o fazia pipocar de bolinhas na pele, um menino que vivia vermelho e com as mesmas bolinhas toda vez que uma visita o beijava ou o abraçava, esse menino certamente não poderia com traços.

A Emoção
Por todas essas questões levemente explicadas acima, nossas idas aos restaurantes eram assim (da mesma forma que as idas a qualquer lugar): sentávamos todos à mesa, conversávamos, fazíamos o pedido, a comida chegava, era o momento de eu me levantar com meu bebê nos braços. Ele avançava para todo tipo de comida, pra surpresa de toda gente, é verdade, ele partia para o ataque com olhos, bocas e mãos. Portanto, solução acertada era ir pra bem longe. 

Depois que todos comiam, vinha a segunda fase da jornada: o primeiro a terminar de comer, meu marido, minha mãe, meus irmãos, minha irmã ou meu pai (graças a Deus o time aqui é grande!) ía PRIMEIRO no banheiro, lavava as mãos e boca com bastante sabão e água, para então ir ao nosso encontro ficar com meu filho... Eu voltava para a mesa, fazia meu prato, olhava para minha família, uns já alimentados, outros quase no fim, e eu só ali começando. A comida, não lembro, mas devia já está fria. Lembro bem de ficar olhando nas mesas do lado, admirando as crianças comerem ao lado dos pais da mesma comida, sem se preocupar com mãos, com nada... Eu tinha uma vontade muito grande de dizer para eles "vocês sabiam que isso que vocês estão fazendo é mágico? é lindo? é maravilhoso?" kkkkk

Sei que existem situações muito piores gente, nossa, é até uma infâmia dizer que é sofrimento não poder dar comida de restaurante pra um filho. Mas apenas quero que entendam, porque é tão emocionante ver meu filho hoje, fazendo justamente isso! Certo que não pode ainda ser nada com queijo, ou manteiga, ou nata, ou ovos...mas já não preciso me preocupar com a panela onde foi feita, com o óleo da fritura compartilhada com a bolinha empanada.


A evolução conquistada de uma luta diária, de muitas histórias pra contar, enfim se materializou nessa casa, na minha vida. Essa é minha fatia de otimismo de hoje diante de todo realismo dos meus meses mais recentes. 

Evoluir é fato presente.

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Mini-Panqueca Chinesa


Agora vou passar pra vocês uma nova variação de utilização da Massa Coringa, e que serve como opção para servir em festas. O recheio pode alcançar até onde sua imaginação for capaz, do doce ao salgado.

Siga a receita da Massa Coringa (Clique AQUI)

Quanto a montagem, vou ensinar para vocês através de fotos, mas também vou deixar linkado AQUI a matéria da Ana Maria Braga, foi de lá que surgiu a idéia de reduzir o tamanho da Panqueca Chinesa apresentada lá.


1) Abra a massa até que fique com uma espessura assim (1/4 da espessura do dedo menor da mão, uns 2mm):


2)Corte quadrados de aproximadamente 5x5 cm (usei esse cortador de aço que aparece na foto na parte superior da sua esquerda):


3) Método pra facilitar seu serviço: Corte logo todos os quadrados que você puder, use logo a massa toda. Para isso, empilhe seus quadrados sobre um plástico ou papel manteiga (na foto, usei aqueles sacos p/ comestíveis aberto com um estilete), e vá fazendo as camadas que precisar, separando cada camada por uma folha plástica ou de papel. Dessa forma você também pode reservar para congelamento, caso deseje:


4) Você vai fazer agora a montagem da panqueca, e antes de rechear faça um corte que parte do centro do quadrado até sua borda. Se você preferir um formado triangular (como o da sua esquerda), faça o corte seguindo para um dos cantos. Mas se o formato desejado for um quadradinho mesmo (exemplo à sua direita), o corte deverá seguir para o ponto médio de uma das arestas dele:


5)Linha de montagem, na ordem que você terá que dobrar cada aba (se restar alguma dúvida com as imagens abaixo, veja o vídeo da AMB, linkado acima):


E por fim, as três opções de recheio que trago pra vocês: 
01) Tomate Seco (Receita AQUI)
02) Carne de sol
03) Queijo Vegan (ainda posto receita no Blog)



Sorvete de Cacau

A foto da esquerda é a mistura saindo do liquidificador
e a da sua direita, saindo do freezer.
(Imagem de acervo pessoal)

Essa receita achei hoje nos meus arquivos, mas já fiz muitas vezes e satisfez em todas elas. Muito fácil e rápida, e fica AQUELE sorvetinho cremoso! O sabor da banana não fica muito forte não, por conta da força do cacau! Nunca utilizei esse sorvete no meu Pavê (La Mamma), mas acredito que fique muito bem (Um dia faço e conto aqui).
Quase todas as receitas que faço e ponho a fonte, faço questão de reconhecer: foram tiradas do site Cantinho Vegetariano, adoro eles, são um instrumento de verdadeira utilidade pública para nós que não podemos contar com a indústria e estabelecimentos alimentícios. No entanto, tenho que registrar aqui a fonte correta, conforme o próprio Cantinho Vegetariano tão eticamente menciona. Segue a receitinha...

Fonte: Pat Feldman

Ingredientes:

  • 6 bananas bem maduras;
  • 3 colheres (sopa) de cacau em pó;
  • 1/4 de xí­cara de leite de côco (a receita da Pat é com creme de leite, mas claro não podemos este...já o cantinho Vegetariano usou o creme de soja, e euzinha faço com leite de côco e ficou show de bola!);
  • 1 colher (sopa) de aroma de baunilha;
  • 2 a 3 colheres de sopa de mel (Eu uso o melado de cana, conforme versão do Cantinho Vegetariano, fica infinitamente melhor que o mel de abelha)
Preparo:
  1. Bata todos os ingredientes no liquidificador até obter uma mistura bem homogênea (Pra facilitar, coloco primeiro o leite de côco e o melado, tentando diluir o melado no leite, depois vou jogando uma banana por vez, ligando o liqui depois de cada banana. Dessa forma não pesa tanto pra sua máquina);
  2. Divida o conteúdo em pequenas tigelas e leve ao congelador (esse é um procedimento importante, descobri na prática o motivo... se você colocar num recipiente grande, não vai gelar por igual; 
  3. Retire do congelador cerca de 1 hora antes de servir, e deixe na geladeira.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Põe no Rótulo

Oi amigos

Há cerca de quatro dias, iniciou-se um movimento em prol de uma melhor rotulagem de industrializados, com a tag #poenorotulo. O intuito realmente é chamar a atenção, primeiramente da sociedade, quem sabe da mídia, para enfim alcançar as empresas.

Explicando brevemente as origens do Põe no Rótulo, vou transcrever aqui a própria apresentação da fanpage do Facebook:
"Somos um grupo de mães! Em comum, a alergia alimentar de nossos filhos. Nos mobilizamos por informações claras nos rótulos dos alimentos!"

O que acontece é o seguinte: A Indústria de alimentos no Brasil já é obrigada a rotular todos os ingredientes utilizados deixando isso expresso na embalagem de cada produto, bem como o período que aquele produto é adequado ao consumo.  

Os celíacos, bem organizados e associados, conquistaram ainda a obrigatoriedade de mais uma informação: "Contém Glúten". 

São medidas que tentam assegurar e proteger a saúde da população consumidora.

O fato é que para alérgicos alimentares, não apenas isso basta. É preciso que se conheça a metodologia desse processo de produção. Porque? Exemplo fácil:

Determinada empresa produz um biscoito que não tem leite. Estão lá, todos os ingredientes no rótulo, a mãe lê e julga "que maravilha, meu filho poderá comer este". E o que ocorre depois disso? A criança come aquele produto e, conforme o tipo e grau de alergia que ela tem, a reação acontece, em segundos ou até alguns dias depois. E você se pergunta novamente: Porque? Os ingredientes estavam rotulados errados? A criança é alérgica a outro alimento e não sabia? Resposta: Pode até ser, mas na GRANDE MAIORIA dos casos, essa reação se deve aos TRAÇOS ali contidos. 

Não sabe o que é traços? Vou te contar o resto da história, e você vai saber, da mesma forma que algumas de nós passa a conhecer o que são esses tais famigerados "traços"...

A mãe da criança, depois de medicá-la, depois da reação cessar, liga para a empresa. A telefonista, que não compreende bulhufas sobre alergia, reação, traço, processo NADA, não faz mais do que repetir a frase que lhe ensinaram "leia no rótulo, está tudo lá" ou "pergunte ao seu médico, ele que sabe o que seu filho pode comer"... A mãe então, insiste e pede para falar com o engenheiro de alimentos ou gerente de seja lá o que houver, e sabem o que ela descobre? Que aquele produto, apesar de não ter Leite na sua composição, é feito na mesma máquina onde processou um outro produto, e este sim, levava LEITE. E ele ainda acrescenta: "Mas o maquinário é HIGIENIZADO todos os dias, antes que se inicie um novo produto". 

E é assim meus amigos, que a mãe descobre "na prática" o que são os traços e o poder que eles tem. Sabem do que mais? Essa proteína é traiçoeira e um tanto inquieta... ela persiste a lavagens, conforme a porosidade da superfície, ela se esconde nas rugosidades, e ela viaja no ar! É pouco, muito pouco! Mas é o suficiente para desencadear uma reação numa criança mais sensível.



Meu filho de 5 anos, por exemplo, não reage mais aos traços. Mas até 2 anos de idade, ele era sim essa criança super sensível, como o são a maioria dos alérgicos mais novos ou de maior severidade. Essa imunidade eles vão adquirindo com os anos, e esses "furos" de reações provocadas por alimentos com traços, talvez possa prejudicar, além de tudo, esta evolução. Mas o que importa, é que causam reação SIM, e que toda mãe tem o direito SIM de saber os ingredientes, saber o processamento, e ter acesso a um Serviço de Atendimento EFICAZ ao consumidor alérgico alimentar.

O que esse grupo de mães iniciou afinal, e que muitas outras estão contribuindo, é um apelo para que as empresas entendam, antes mesmo que seja transformado em lei, que VALE À PENA rotular traços dos alérgenos mais perigosos como leite, ovos, soja, crustáceos, castanhas e amêndoas etc. 

Talvez, com esse movimento, muitas empresas achem mais fácil decidir assim: "Vamos lascar um 'contém traços de tudo', e acabou-se a história, estaremos livres dessa 'ruma' de mãe". Acho possível sim, e já vi isso acontecer algumas vezes. Mas precisamos dar as mãos "de vera" com essas empresas, trazê-las pra nós como amigas, abrindo guerra, não com elas, mas com a força do dinheiro. Precisamos fazê-las compreender que VALE À PENA SIM, adequar espaços diferenciados para cada item alimentar. Se determinado produto leva amendoim, isola este produto num ambiente próprio, com maquinário próprio...só isso... e capacitar funcionários, estabelecer condutas de eliminar riscos, e enfim, pôr com dignidade e veracidade, um "contém" ou um "não contém" traços.

Vamos juntos, que a gente consegue.
#poenorotulo





(Imagens retiradas do facebook e compartilhadas no mesmo)

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Extra! Extra!

Hoje, revisando alguns produtos na prateleira do Supermercado, a nova embalagem dos Cookies da Jasmine me chamaram a atenção e, dessa vez, foi por um ótimo motivo.

Não quero fazer merchandising para a empresa, fique bem claro! "Ainda" não estou recebendo um vintém sequer nem créditos de compras (mandem essa postagem pra Jasmine, adoraria uns "agrados" comestíveis rsrs), mas acho que nosso papel não deva se limitar unicamente a apontar os erros... Atitudes positivas devem ser reconhecidas, principalmente quando se faz essa opção por força do respeito ao seu consumidor. Mesmo sem estar ainda obrigado a todo esse detalhamento de informações, a empresa partiu na frente, e o que é melhor, diagramou um layout de rótulo usando termos corretos e de fácil leitura (afinal, não somos todos especialista em palavras "quimicodificadas").

Sejamos justos, reconheçamos o feito, celebremos essa grande conquista que já mostra seus primeiros passos.



domingo, 16 de fevereiro de 2014

Pão de Queijo Sem Queijo

Por Marília Pinheiro
Ao copiar ou divulgar esta receita, por gentileza, não descarte a origem.

Esse pão ficou fantástico, inacreditavelmente com o mesmo sabor de pãozinho de queijo.

De início, pensei em seguir a receita tal como descrita no site Chubby Vegan, no entanto fui surpreendida pela validade da minha mandioquinha. Minha geladeira só tinha batata, cenoura e beterraba, arrisquei todas e ficou excelente, além de mais nutritivo. Publiquei aqui no dia seguinte, e cometi um deslize: imaginei que seria a mesma coisa AMASSAR os legumes ou LIQUIDIFICÁ-LOS... Apesar de eu ter amassado tudo no garfo, escrevi cá no blog que passassem tudo no liquidificador... mito! Sabe o que aconteceu? No dia seguinte, fiz tudo do mesmo jeito, só que liquidificando, e foi um fracasso! Fiz a prova, passei a beterraba no espremedor de batatas, e fiquei impressionada com a quantidade de líquido que saiu! Daí percebi o furo: o liquidificador quebra tudo no legume e isso desandou o ponto, a massa não ficou "Moldável", e até o sabor da beterraba interferiu no resultado, não foi legal, definitivamente. Resolvi desistir da beterraba...

Eu amo isso tudo, sabia! Adoro errar, porque é assim que eu aprendo... por mais que eu leia numa receita "faça assim", eu só vou entender o porque depois do laboratório... arquiteta na cozinha, realmente sofre um pouquinho, mas no final, SEMPRE dá certo!

Testei também no grill, adorei!  Segue minha versão:




Ingredientes:

  • 120g de Polvilho Azedo 
  • 400g de Polvilho Doce 
  • 20g de sal (1 colher de sopa)
  • 1 Cenoura (tamanho médio) cozida e sem a casca 
  • 5 Batatas inglesas (tamanho médio),cozidas e sem a casca
  • 100ml de Óleo 
  • 100ml de Água
Para que tenham uma média do tamanho dos legumes utilizados,
tendo como referencial o diâmetro de uma xícara de café.


Preparo:



  1. Misture primeiro os ingredientes secos. Para evitar sujeira (o pó do polvilho é muito fino e solta no ar facilmente) misturo tudo dentro de um saco culinário (desses que vendem no rolo). Reserve;
  2. Com a ajuda de um garfo amasse a cenoura e a batata (não liquidifique, nem use o espremedor de batata na cenoura);
  3. Num recipiente grande, misture os pós e os legumes amassados;
  4. Acrescente o óleo e a água e mexa até que vire uma massa totalmente incorporada (vai chegar uma hora que você terá que usar as mãos), formando, por fim, uma bola da massa;
  5. Unte uma assadeira com óleo (ponha pouco, apenas o suficiente espalhando com os dedos,A assadeira deve está totalmente seca, sem umidade) e espalhe polvilho ou farinha de trigo;
  6. Em forno pré-aquecido e deixando a temperatura em 230º, os meus pães ficaram no ponto depois de 30 minutos.




sábado, 15 de fevereiro de 2014

O Mito da "Mãe Melhor"

Tenho uns 4 anos de grupos de apoio de mães, ferramenta espetacular das Redes Sociais! Primeiramente no velho Orkut com mães "de todo tipo", e posteriormente mais focada apenas nos específicos para mães de APLV no Facebook. 

Desde sempre, ainda no grupo "de todos os tipos" já me surpreendia com esse fenômeno, de uma mãe querer provar para as outras que era a "melhor", ou por ter tido parto natural, ou por ter amamentado por X anos, ou por não oferecer "porcarias" na dieta deles etc etc etc.

E isso não acaba, gente. Ainda hoje, acontecem brigas homéricas de bate-teclas entre mães, e como sei que já fui uma delas, pois eu não me continha nos meus impulsos, entendo perfeitamente o que move os ânimos de mães que se sentem agredidas com certas posturas.

No entanto, até eu que já estou "anestesiada" quanto aos assuntos polêmicos de sempre, por vezes sinto-me extremamente incomodada com os posicionamentos pedantes dessas "exemplares" mães.

Por isso, fui pesquisar um pouco na Net sobre algum estudo profissional acerca do tema, e acabei encontrando um artigo de Psicologia da Universidade Católica de Brasília e publicado na Scielo (veja artigo completo AQUI ). A autora faz um estudo de caso associando essa "nova filosofia da maternagem moderna" aos sintomas de depressão pós-parto. O interessante, que resolvi trazer para esta publicação, são os conceitos teóricos abordados... Menciona que essa atribuição da Maternidade cheia de sacrifícios NÃO é histórica (como muitos pensam), e sim uma influência da publicação de Émile de Rousseau, no século XVIII:
"Forna (1999) nos conta que esse estilo de maternagem teve seu início em 1762, a partir da publicação de Émile, por Rousseau, quando este criticou as mães que enviavam os filhos para as amas-de-leite, o que era bastante comum até esta época. Ele recomendava, enfaticamente, que as próprias mães amamentassem e criassem seus filhos e as recriminava por darem preferência a outros interesses. Segundo Badinter (1985) dá-se aí, o início à injunção obrigatória do amor materno. Serrurier (1993) também afirma que é deste Émile, que estamos condenadas a ser mães e a ser boas mães. Não há alternativa para a mulher: a vocação materna é natural, instintiva e obrigatória!" (Fonte)
A carga que recai nos nossos ombros realmente é imensa! Temos que ser a mesma esposa e mãe irretocáveis que nossas mães foram (pois muitos homens desta era continuam pensando retrô), mas ao mesmo tempo temos que nos bastar financeiramente, não apenas para ajudar nas despesas do lar, como também para ser a mais bem vestida, com o mais belo cabelo, unhas e maquiagem sempre vistosas...

Antes de mais nada, quero deixar claro que sou a favor da amamentação, mas para quem a quer, realmente. Sou a favor também do livre direito de optar pela não-amamentação, mesmo que muitas vezes eu me empenhe por incentivar o contrário. Isso não torna uma mulher menos mãe, apenas indica que ela priorizou outra questão, qualquer uma, que não nos vem ao caso, mas que não a priva da possibilidade dela ser uma mãe muito melhor que eu ou você, que amamentou por tantos outros meses a fio. Ter um filho, um ser diferente de todos os outros, 365 dias de ano após ano, traz uma infinidade de várias dificuldades, particularidades, outras questões, onde ela (a mãe) terá muitas outras oportunidades de superação e força. 

Eu cito aqui meu exemplo: Meu primeiro filho nasceu de uma cesária decidida no último mês, por livre e espontâneo "pânico". Aquilo me deixou muito mal, associado a depressão pós parto (genética mesmo, falta de serotonina desde longa data), associado aos sintomas de aplv, às crises existenciais de ter abdicado do emprego... e essa mácula se arrastou pelos anos até minha segunda gestação. Eu já não tinha medo, e estava determinada a seguir com um parto Natural mesmo tendo tido o primeiro por cirurgia. No entanto, depois das contrações se iniciarem, depois de esperar dois testes de toque da parteira da maternidade, e ouvir esta abanar a cabeça negativamente, afirmando que ainda não tinha dilatado um centímetro sequer...recuei. Minhas contrações tinham duração de dor e duração de intervalos como se eu já tivesse totalmente dilatada. Seriam no mínimo 10 horas sofrendo, em intervalos de dor cada vez menores e intensidade cada vez maiores, numa situação que já estava difícil. 

Naquele momento, eu poderia ter continuado, mas teria sido apenas pra provar para todas as outras que me recriminaram outrora, que eu também era uma "mãe leoa". Provavelmente eu seria mais uma chata de galocha nas redes sociais erguendo bandeiras em nome da humanização... ou não. Vejo muitas destas "humanizadas" verdadeiramente carentes de humanização de suas palavras e atitudes. Há que se interiorizar o sentido desta palavra H U M A N I Z A Ç Ã O... Mas como eu falava, se eu tivesse tido nó na guela e unhas pra me agarrar ao colchão da cama, e tivesse aguardado aquela utópica dilatação, provavelmente, eu não seria nada mais do que já sou. Sou o melhor que consigo, dentro de todas as minhas limitações e ciente dos meus defeitos mais inconfessáveis. No entanto, admitir que FUI ATÉ ONDE FOI POSSÍVEL me trouxe finalmente PAZ naquela ferida que a Cesariana "da fraqueza" me deixou... 

Por outro lado, amamentei 14 meses, dos quais, apenas uns 10 foram por prazer, e o restante pela necessidade de tentar salvar minha filha da aplv hereditária, cumprindo dieta materna de restrição alimentar. Não adiantou, mas o sacrifício não me amargura, exatamente por que só fui até o meu limite, não me pressionei em nome da "mãe leoa". 

Tenho familiares e amigas que não conseguiram perseverar na amamentação por questões de saúde delas ou da criança. Conheço outras que desistiram simplesmente pela questão estética, mas mesmo neste caso, elas são menos qualificadas ao título? Obviamente que não! São Mães Leoas, como todas nós outras, derrubam um prédio ou constroem uma fortaleza, se preciso for, para defender o bem estar e a felicidade de um filho. 

Então amigas, cuidemos apenas do que é nosso, e deixemos o vizinho cuidar de si. Se restar alguma vontade louca de provar para os outros seus atributos e ser reconhecida publicamente, então, realmente recomendo apoio psicológico, busca pelo auto-conhecimento, algo deve está errado dentro de si. 

Também recomendo a leitura desta outra publicação:
"Disputa entre Mães", do Blog A Chegada do Bebê.



sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014



Hoje, talvez pela primeira vez neste Blog, venho trazer o nome "Deus", por isso, antes tarde que nunca, essa publicação é em nome Dele. 
Simplesmente, quero agradecer, e Ele sabe o que, especificamente. Sabe aquele ditado "Quando a vida fecha uma porta, Deus abre uma janela"? Pois bem, meus joelhos ao chão e meus braços ao Céu, em agradecimento... ao mesmo tempo que coisas difíceis fecharam algumas portas, janelas se abriram viabilizando um melhor caminho... Onde vai dar? Apenas sigo, e isso deve ser
Como não escrevo apenas pra mim mesma, desejo muito que você também reconheça suas janelas abertas...

Sigamos com fé!

Que venha a Cultura da Alergia Alimentar


Queria compartilhar uma publicação traduzida pela amiga Viviane Lunardelli, a qual foi divulgada no Site da Immunitas Vera, Associação de alérgicos a  alimentos e ao látex da Catalunha, uma entidade privada sem fins lucrativos, criada com o propósito de melhorar a qualidade de vida dos alérgicos e suas famílias. Nasceu da iniciativa de um grupo de pais de crianças alérgicas alimentares com a ajuda do Dr. Jaume Miguel i Sales, pediatra.

Se compararmos, podemos verificar que muitas das dificuldades encontradas aí, também vivenciamos nas várias cidades brasileiras, sem falar que fora das capitais estaduais essas dificuldades só se intensificam. 

Sendo assim, reforçamos o mesmo coro catalão, com nossas vozes de vários sotaques, do sul ao norte do Brasil, para alertar as entidades e a sociedade, que essa "cultura da alergia" parece ser um sintoma moderno dos tempos atuais, um fenômeno de mutação da nova população mundial, e precisa finalmente ser considerado por todos.

A seguir, "Que Venha a Cultura da Alergia Alimentar"
Por Immunitas Veras
Tradução de Viviane Lunardelli


Crianças cozinhando sem alergênicos
Imagem Immunitas Vera

Ninguém pode negar este dado: a alergia se estende e o que nos preocupa é que a alergia alimentar duplicou nos últimos 10 anos. É o que diz a comunidade cientifica. E são os mesmos que na semana mundial da alergia de 2013, definiram a alergia como “um problema de saúde mundial”.

E não dizemos isso para criar um alarmismo inútil (em algum momento, isso pode até ter sido a estratégia de algumas organizações), mas para indicar que logo teremos uma cultura de alergia, que fará com que não nos sintamos tantas vezes como marcianos explicando o que nos acontece.

Os fabricantes de produtos alimentícios estão incorporando as alergias e as intolerâncias em seus processos de fabricação para fazerem alimentos seguros (com preços razoáveis) e em troca deste esforço obtém nossa fidelização.

Degustação de produtos seguros-V Jornada Inmunitas Vera
Imagem Immunitas Vera

Na “atenção sanitária” o aumento da cultura da alergia melhorou muitíssimo, sobretudo no momento do diagnóstico e na atenção primaria ou de urgências. Fato já comprovado pelas famílias “veteranas”. Além disso, a expectativa de novos tratamentos está aberta a resultados que animam o nosso dia a dia.

No âmbito educacional, a implantação de protocolos, difusão de guias de orientação, a informação, etc. faz que cada dia, nos cheguem menos queixas sobre casos de escolarização “discriminatória”, ao contrário, são as próprias escolas que solicitam informação e formação sobre alergia a alimentos e a látex no âmbito escolar.

Com relação às atividades econômicas e de lazer, restaurantes, serviços, viagens, etc. cada dia mais existem empresas que buscam oferecer um valor agregado às suas atividades ou produtos.

Enquanto aos direitos sociais, estamos em uma situação global, que no momento não se pode pensar em perder atenção sanitária gratuita, pois a alergia é cara.

O auto injetável na V Jornada Inmunitas Vera
Imagem Immunitas Vera


Apesar de que a prevalência de alergia a alimentos aumenta e a cultura da alergia se estende, como coletivo, devemos estar organizados e unidos. Por quê? Porque devemos estar presentes ainda em muitos aspectos desta nova cultura da alergia. Entre outras muitas coisas, devemos trabalhar por:
  • Eliminar os rótulos defensivos*: existe ou não existe o alimento que devemos evitar?
  • Conseguir cardápios hospitalares adaptados;
  • Acabar com histórico déficit de especialistas;
  • Formar e informar os profissionais mais relacionados conosco: Professores, nutricionistas, farmacêuticos, etc;


Está por vir a nova cultura da alergia e nós devemos estar presentes.  


*Entendemos por "rótulos defensivos" a opção que algumas empresas fazem em registrar "pode conter traços" para se resguardarem da culpa por eventuais reações alérgicas e consequentes ações judiciais.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Tomate Seco

Fonte: Site Tudo Gostoso


IMAGEM DE ACERVO PRÓPRIO

Ingredientes:
  • 3 kilos de tomates
  • 1 colher de sopa de sal
  • 1/2 xícara de açúcar
  • Misturar o sal com açucar
  • Vinagre
tempero:
  • 1 xícara de azeite
  • 6 dentes de alho espremidos
  • 1 colher de sobremesa de orégano
  • 1 colher de sobremesa de sal
  • Folhas de louro
  • Pimenta a gosto

Modo de Fazer:
  1. Corte os tomates ao meio e tire as sementes, coloque uma colherinha de café de vinagre em cada tomate cortado, polvilhe com sal e açúcar;
  2. Coloque-os no microondas com a pele para baixo e em refratário grande por 25 minutos e a cada 5 minutos jogue fora o excesso de água dos tomates, vire-os e deixe de 10 a 15 minutos (potência alta) ou até parar de sair água;
  3. Após o micro, leve ao forno 200° C por 1/2 hora ou até que a pele fique um pouco seca;
  4. Desligue o forno;
  5. Temperar com alho picado, folhas de louro, pimenta, azeite, misturar bem e colocar em vidros, complete com azeite até o topo e deixe descansar alguns dias. Rende mais ou menos 2 vidros (tipo maionese)


Dicas: 

  • Não coloque no micro os 3kg de tomates de uma só vez, coloque os tomates de modo a completar o prato do micro, um ao lado do outro;
  • não retire do forno até que estejam totalmente frios;
  • O Microondas é para acelerar o processo de desidratação do tomate, pois em forno comum levaria cerca de 6 horas;
  • É aconselhavel depois do micro colocar em forno a gás só para dar uma secada na pele pois comida de micro nunca é igual ao de forno.


segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Bolo de Cenoura

Por Marília Pinheiro
Ao copiar ou divulgar esta receita, por gentileza, não descarte a origem.

Ingredientes:

  • 3 xícaras de farinha de trigo (360g)
  • 2 xícaras de açúcar (320g)
  • 1 colher de chá de sal (6g)
  • 1 e 1/2 xícaras de água (300ml)
  • 3 cenouras cruas e descascadas (180g)
  • 3 colheres de chá de essência de baunilha (15ml)
  • 1 colher de café de vinagre (2,5 ml)
  • 1/2 xícara de óleo (100ml)
  • 2 colheres de chá de fermento em pó (10g)
Preparo:

  1. Misture os pós (menos o fermento) e reserve;
  2. Liquidifique a água e as cenouras cortadas em rodelas, misture aos pós na tigela;
  3. Vá acrescentando os demais ingredientes (menos o fermento), mexendo a cada novo acréscimo;
  4. Ligue o forno em 230º;
  5. Unte a forma com óleo e farinha;
  6. Acrescente o fermento a tigela e mexa até uniformizar a massa;
  7. Por fim, preencha a forma até aproximadamente 1 cm da borda, e deixe assar até dourar (aproximadamente 50 min)

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Manteiga Vegana

Fonte: Veggi e Tal


Ingredientes:


  • 1 xícara de Farinha de Milho pré-cozida (Eu usei aquele Flocão 'farinha de milho flocada', minha xícara pesou 95g deste);
  • 2 e 1/2  xícaras de água (aqui equivaleu a 500ml de água);
  • 1/2 xícara de Óleo de Milho (usei o óleo de girassol, e foram 100ml de óleo;
  • 1 colher (chá) de sal marinho (que na minha pesagem equivale a 7g);
  • 1 colher (sopa) de suco de limão (usei mais que 1 colher, foram 10ml).


Preparo:

  1. Fiz tudo tal qual pedia a receita do site Veggi e Tal. Levei a farinha de trigo, o sal e a água para cozinhar em fogo médio, mexendo por exatos 5 minutos. Com 4 min essa mistura já começou a borbulhar em fervura. Fica um creme bem encorpado, com sabor de cuscuz mesmo (É cuscuz né!), dá pra comer assim, ótima opção de papinha para o s bebês viu!;
  2. Daí então, coloquei o óleo no liquidificador, acrescentei o creme da panela e o suco de limão, e deixei ligado na velocidade máxima por cerca de 1 minuto. O resultado me surpreendeu amigos, confesso. Estou muito feliz em ter descoberto esta receita! Obrigada Veggi e Tal! Dessa vez acho que me libertei da velha Becel...
E para que vocês se motivem, no vídeo abaixo vocês poderão ver a textura dessa "manteiga"...Excelente, viu...e o melhor: Rende bastante (esses dois potinhos do vídeo, mais que 500g com certeza), e demora no máximo 10 minutos de tempo para concluí-la. E o sabor, sinceramente, gostei mais que muita manteiga ensebada que se vende por aí...


Dica: Antes de consumir, retire a manteiga da geladeira uns 30 minutos antes... Reserve-a em porções mínimas, use saquinhos de "din-din" e retire apenas os que for usar.





quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Boa Notícia

Deixa eu contar pra vocês nossa reestreia ao programa do Leite...

Ontem, foi manhã de Albert Sabin, com direito ao primeiro grande toró do ano na Grande Fortaleza... mais de 1 hora de "pelejar" no trânsito infernal de sempre agravado pela "tempestade", enfim, cheguei, enlameada até a canela, porém com pasta, bolsa, guarda-chuva e minha filha em mãos (só duas mãos mesmo? Yes, benza Deus!).

Pra quem não conhece este Hospital infantil, lá é um daqueles locais mágicos onde, ao passar pelo seu "portal", as pessoas automaticamente iniciam um processo de "humildificação". Lá "Filhinhas de Papai" (como eu) que usufruíram a vida inteira de um plano de saúde caem finalmente na "vida da real", essa que se vê nos noticiários de longe, sentindo pena, se indignando, mas de longe... Vida de milhões de brasileiros, que estão habituados a serem tratados assim, daquele jeito que não vou dizer aqui, mas digo: Vale a pena passar por isso, ao menos uma vez na vida. Nesse processo, naturalmente, nunca mais reclamei de aguardar "apenas" 40 minutos numa bela e condicionada sala de espera dos médicos conveniados aos planos. Enfim, saí de lá com o encaminhamento do leite especial. 

Normalmente, pra quem vai entrar com o processo, você leva esse encaminhamento para a Secretaria de Saúde (Sesa), onde é agendado seu dia de recebimento das latas. Na minha cidade quem faz essa entrega para as famílias é a Coasf (ambos são órgãos do Governo do Estado). No entanto, como meu processo já existia pulei o Sesa e fui direto pra Coasf. Aliás, ali a pessoa se "humildifica" mais um pouco, sai de lá humilde pra caramba... E eu na verdade, fui com o coração na mão, sem saber se realmente conseguiria reabrir o processo da minha filha, já com mais de 2 anos de idade. Quase perdi a viagem, pois a funcionária que me atendeu chegou a me mandar para o Sesa. Foi aí que as lágrimas estufaram na minha pálpebra e aquele lindo coraçãozinho de pedra dela foi tocado milagrosamente pela mão de Deus. Ela levantou-se, falou com outra, e me mandou pegar minha senha 33... Saí de lá ao meio dia (cheguei às 8:30), mas saí feliz, em paz, com uma caixa de 8 latas de Pregomim nos braços. 

Não tenho estado muito afinada em minha religiosidade, mas hoje, quando recebi aquela caixa fiz uma rápida oração mental de agradecimento, e quando cheguei no carro, dei-me conta que tinha estacionado exatamente em frente a um santuário de Maria. Poderia ter vindo conversar um pouco com Ela durante essas horas de espera, mas assim mesmo, naqueles breves minutos acho que a mensagem foi passada: ontem dei suco de maçã na mamadeira da noite, para economizar para o dia seguinte (hoje), pois só restaram as últimas 12 medidas finais no fundo da lata (que equivalem exatamente a duas mamadeiras). Providencia Divina, simples assim...e foi como terminei minha manhã, sentido esse afago tão suave da vida. 


  

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Plano de Apoio Escolar




Ontem entreguei este livreto na Escola dos meninos. Representa uma proposta de solucionar os principais problemas que eu já enfrentei dentro das duas escolas que Danilo frequentou.

Se nada mudar, não estarei perdendo coisa nenhuma, afinal já convivi com isso até aqui... No entanto, se minhas propostas forem lidas, compreendidas e adquiridas, facilitaria um pouco mais, não apenas a minha caminhada, mas a dos que estão e os que virão a trafegá-la.


Não se trata de um trabalho científico, muito menos profissional. Mas vou disponibilizá-lo aqui, caso alguém tenha o interesse por utilizá-lo também como ferramenta de diálogo. Vamos assim, aos poucos, um por um, de escola em escola, e com certeza o resultado será um belo coreto.



A impressão foi feita em cores, papel couché gramatura 80, fosco, encadernado. São 8 páginas tamanho A4 (impressas duas a duas no tamanho A3). O custo sai a R$ 14,00 em média.


Faça Download do PDF AQUI .

Segue imagens em formato JPG: