3. SOBRE OS PROFISSIONAIS QUE NOS ACOMPANHAM

Editado em Novembro/2015

Estou preparada pra abrir meu coração pra vocês, sejam médicos, simpatizantes ou pacientes... E dessa vez estou cheia de "ternura" e bom senso dentro de mim! Lavei todas as mágoas e más recordações (só lavei, mas não esqueci haha), e posso finalmente expor minha opinião, e espero dessa vez não chatear ninguém.

O fato é que realmente já passei por muitas experiências desastrosas, e quem não se inquietaria, quando algo inesperado e desagradável acontece com seu próprio filho? Quem, quem? E não foi uma ou duas vezes, foram várias! Tantas, que perdi (por algum tempo) a credibilidade em algumas classes da medicina. Mas entendam que isso não era generalizado e nem radical. 


Quando digo que perdi a credibilidade, não entendam num sentido amplo, mas tão somente naquela área específica da alergia alimentar. Era uma patologia muito recente, muito difícil de ser diagnosticada, ainda hoje o é! Imagine então, há sete anos atrás! Não tínhamos esse "boom" de incidência em crianças como atualmente se constata. Era um assunto pouco difundido até mesmo na pediatria. 


Apenas especialistas conheciam e sabiam lidar, e assim mesmo, estes também tinham grandes dificuldades, pois de forma global, a alergia alimentar era algo ainda com pouquíssimas conclusões científicas, quanto a causas, condutas e tratamentos. Por conta de tudo isso, pobres médicos, como poderiam eles fazer diferente? Isso, hoje eu compreendo... mas espero também ser compreendida, pois não é fácil ter um bebê sofrendo, pagar caro, arcar com sacrifícios, e descobrir que uma medicação indicada, uma conduta orientada, uma dieta receitada estava na verdade prejudicando, atrasando uma cura, ou sei lá... não era fácil ver o filho passar mal depois de um exame onde manipulou-se uma medicação inapropriada para a alergia específica... não era fácil ouvir um médico teimar que seu filho alérgico mediado, com histórico recente de anafilaxia, poderia ingerir traços do alérgeno, ou perceber que você, através de estudos de google, sabia mais sobre tipologias, reações, teorias acerca deste assunto que o médico que atendia seu filho na sua frente... Enfim, hoje chamamos a atenção através das estatísticas, e já não estamos tão aquém do ideal.


Mas o mais importante e que quero deixar bem claro aqui, é que eu tenho uma sincera gratidão e AMOR por alguns destes profissionais que me acompanham nesta jornada. Nunca vou esquecer a primeira alergista do meu filho, Dra Luziane Bringel, sempre tão amorosa e precavida, nos orientou nos anos mais difíceis da alergia dele, justamente os primeiros 4 anos. Dra Janaira Severo, que a sucedeu e nos acompanha até hoje, que fez o primeiro teste de provocação oral, e o segundo que o atestou como curado da aplv, sempre a levarei comigo, não tem jeito, nunca vou esquecer! Principalmente por ser tão companheira e acessível, pela humildade de nos ensinar, nos explicar, nos reexplicar, nos aturar e compreender... Dra Fabíola Arraes, neonatologista que cuidou dos meus dois filhos do parto aos dois primeiros anos da vida de cada um... Dra. Júlia, esta é recente, mas é gastropediatra  da minha caçula e tem sido uma tábua de salvação que me resgatou já de pequenos naufrágios nestas emboscadas gastrointestinais da pequena... E são muitos mais que tenho passado, as experiências ruins não foram maioria! Eu tenho convicção que na humanidade existem dois ofícios singulares em importância, profissões que nenhuma outra é capaz de superar: O ensino passado pelo Professor, e a prática do Médico. 


Dito isso, preferi apagar tudo o que estava escrito neste capítulo....fizeram parte de uma trajetória necessária, sofrida, mas inevitável... evoluímos e continuamos a evoluir, os estudos não param, as doenças não param, a humanidade não pára... É natural: quando o homem inventou a lâmpada, a roda, descobriu que a Terra era redonda, e todas as outras grandes façanhas, provavelmente foram necessárias as tentativas, as experimentações, as vivências, os passos pra trás, até que finalmente elas se efetivassem com sucesso.

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